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Desbravamento
Parnaíba
A presença de um delta em mar aberto, fora o atrativo para que navegadores e aventureiros como Nicolau Resende (1571), Gabriel Soares de Sousa (1587), Pero Coelho de Sousa (1602), Martin Soares de Sousa (1631) e Vital Maciel Parente (1614) além de Padres Jesuítas, pesquisadores e outros fizessem incursões e explorassem a região de Parnaíba, dando notícia sobre a grandiosidade do Rio existente e do seu Delta, muito antes da chegada dos Bandeirantes Paulistas, desbravadores e colonizadores do Piauí.
A região do delta do Rio Parnaíba, povoada por Tremembés, foi o alvo de uma intensa ação dos jesuítas. Já em 1607, registra-se a presença de jesuítas na região, quando o Padre Luís Filgueiras atravessou o Rio Parnaíba com alguns de seus comandados para se estabelecer no Maranhão, fugindo de novos ataques indígenas nos contrafortes da Ibiapaba, quando deixou para trás o corpo de seu companheiro de expedição: Padre Francisco Pinto, morto com crueldade pelos Tacajirus no planalto ibiapabano.
Em 1669, século XVII, Leonardo de Sá e seus companheiros desbravaram a região entre o Rio Igaraçu e a Serra da Ibiapaba e travaram forte combate com os Tremembés, índios nadadores, terríveis que dominavam toda região do Delta, parte do litoral do Maranhão e do Ceará. Os Tremembés foram apelidados de peixes racionais porque saqueavam embarcações com excelentes mergulhos, e permaneceram na região, durante muitos anos defendendo suas tabas.
Em Ato de 12 de janeiro de 1699, o Conselho Ultramarino, determinou a sondagem do rio e a viabilidade da construção de um porto e erguimento de uma vila na região do Delta, já que esta parecia propícia à fundação de uma feitoria ou de uma vila e por meio da qual muitos comerciantes e contrabandistas do Pará, Bahia e Pernambuco que renunciaram ao doloroso trajeto terrestre atraídos pelo crescimento de fazendas e currais no interior da capitania do Piauí e escolheram fazer o translado do gado por via fluvial e marítima. Em função da existência de uma Carta Régia datada de 1701, permitindo que o gado somente pudesse ser criado à distância de 10 léguas do litoral, forçava uma penetração subindo o Rio Parnaíba, criando a necessidade de erguimento de um entreposto para guarda de animais e mercadorias que seriam usadas na troca. Esse entreposto, que passou a ser chamado de Porto das Barcas, desenvolveu-se em função da necessidade de acondicionamento da carne bovina que seria levada para regiões distantes, nascendo ali a industria do charque, que consiste no abate do gado e na seca ao vento e ao sol da carne e sua posterior prensagem